27.4.09

O Caso Fadesp

A jornalista Ana Célia Pinheiro despede-se do IVCezal.
Não sem antes denunciar alterações em matéria por ela assinada e pressões no sentido de "derrubar" a mesma, publicada na edição de ontem do IVCezal, que relata as investigações que a Polícia Federal realiza na Fadesp, a fundação que gere parte dos recursos captados pela UFPA. Não são verbas do orçamento da União, como pode sugerir a matéria, que está em sua versão original no link acima.
Seu conteúdo é explosivo e os fatos narrados não exalam um bom perfume.
O inquérito corre na 4ª Vara da Justiça Federal no Pará, sob o número 2008.39.00.006077-4.
A seguir, o lead da matéria.

"Quatro dirigentes da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), entre os quais o próprio diretor executivo da instituição, João Farias Guerreiro, estão sendo investigados pela Polícia Federal sob a suspeita de formação de quadrilha, corrupção passiva e falsificação de documentos. Segundo informações obtidas pela reportagem, as acusações envolvem superfaturamento de preços, fraudes licitatórias, recebimento de propinas e até um esquema de fornecimento de notas fiscais frias a prefeituras do interior. A Fadesp é a instituição que administra os recursos financeiros da Universidade Federal do Pará (UFPA).

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Os Investigados

1. O diretor executivo da Fadesp, João Guerreiro, foi indicado ao cargo pelo reitor Alex Fíuza, em seu segundo mandato (2005-2009). No primeiro (2001-2005), Guerreiro foi Pro Reitor de Pos Graduação. Biólogo respeitado, João não exibe o menor sinal de enriquecimento ilícito. Preside a fundação desde 2005 ( na Fadesp o mandato é de dois anos com direito a reeleição) e seria necessário uma alteração nos estatutos da Fadesp para continuar à frente da mesma, convidado que foi para permanecer pelo reitor eleito Carlos Maneschy.

2. Eliana Levy foi trazida para a Fadesp por Maneschy quando este presidiu a Fundação (1998-2002, indicado pelo ex reitor Marcos Ximenes). Era o braço operacional de Maneschy. Rebarbada, costumava fazer valer sua autoridade em tons pouco razoáveis.

3. Carlos Alberto Tabosa da Silva, também guindado ao cargo de confiança na gerência de Prestação de Contas da entidade pelo reitor eleito, é um personagem, no mínimo, polêmico. Há fortes indícios que teria sido um dos caixas de campanha de Maneschy nas eleições de dezembro passado. A truculência de seus, digamos, métodos arrecadatórios, assustou até os gerentes de uma das agências bancárias instaladas no campus pioneiro da UFPA. Se o sigilo telefônico de Tabosa tiver sido espatifado, possibilidade consignada na matéria de Ana Célia, esta dúvida poderá ser removida. E pode levantar outras.

4. Mal conheço o quarto investigado, o coordenador de informática Walter de Oliveira Jr., mais um remanescente da equipe de gestão de Maneschy.

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Professores Podem Estar Envolvidos

A matéria cita o possível envolvimento de professores da UFPA no imbroglio, decerto coordenadores de projetos cujos recursos são geridos pela Fadesp. Pelo menos uma professora que conheço, a respeitada linguista Guilhermina Correa, preferiu encerrar o prejeto que coordenava, revoltada contra as sucessivas mordidas que a fundação realizava nos recursos que sustentavam suas atividades.
O mordedor destes recursos, também trazido à fundação por Maneschy, foi exonerado da fundação no alvorecer da gestão seguinte ( Acácio Centeno, 2003-2005) tão logo comprovados seus desvios de recursos públicos. Atualmente, exercita sua dentadura na organização do prefeito falsário de Nova Déli.

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Mira

A delegada federal Lorena de Souza Costa, encarregada do inquérito, é estudiosa e inteligente. Tinha o programa na ponta da língua quando foi aprovada no concurso da PF. Pode até não ser das melhores em acertar pneu de ônibus em movimento, mas só crava no alvo em crimes do colarinho branco.

16 comentários:

Anônimo disse...

Blogueiro,

Por um acaso, a filha do bogéa, a silvia, é aquela que ocupa atualmente a "chefia do braço de comunicação da organização do falsário"?
O que vc acha disso?

Unknown disse...

Não o braço midiático a que me refiro e vc sabe muito bem disso...eheh.

Paolelli disse...

Arruda,

Segue aqui o link da matéria do Diário caçoando do Galvão Bueno a respeito de uma gafe na transmissão do GP do Bahrein. Acontece que o diário faz em seguida uma gafe, chamando de Floyd Nick Mason, o baterista do Pink Floyd.

www.paolelli.blogspot.com.

Seguimos vendo as notícias da Fadesp.

X Y Z disse...

Senhor Editor muita calma nessa hora,em primeiro lugar a denuncia em questão remonta a atitude de dois funcionarios que foram demitidos por suspeitos de desvios ocorridos dentro da fundação exatamente neste periodo e que tudo leva a crer que foram exatamente estes individos que são os autores da denuncia.
Em segundo,no tocante a jornalista que gestou a matéria ao meu ver na verdade deu entendimento dubio a respeito do asunto,ninguem pode ser acusado sumariamente e execrado publicamente sem antes ter esgotado o seu sagrado direito de defesa...portanto os questionamentos de uma certa maneira tendenciosos que vossa senhoria exemplifica nesta pauta referentes aos demais pseudamentes acusados,lembro a vossa senhoria que estas mesmas pessoas nós mesmos cargos...estiveram também na administração Acacio Centeno quando este UM foi diretor da Fadesp,que alias diga-se também vem apresentando problema no DAVES,segundo fontes da atual PROEG.

Portanto quero aqui reafirma,que sou favoravel a apuração dos fatos cumprindo o que determina a lei,mais assima de tudo solicito a vossa sennhoria que não criemos um outra GENI,até porque já temos tantas....O senhor não concorda?

Unknown disse...

Sr. X,Y, Z e aproveito para estender minha resposta à todo o abecedário.
Se mais alguem quiser entrar nessa linha do chororô, desista. Mandarei a porcaria para o lixo.

1.Não há pressa alguma em linkar e comentar a matéria da jornalista Ana Célia, onde aliás, não há entendimento dúbio.
Há outras coisas, feias, patrocinadas, como sempre, pelo IVCezal.
Graças a reportagem, aliás, os envolvidos poderão ter acesso ao processo antes do final da investigação, se pedirem e a Justiça conceder, antecipando suas estratégias de defesa.

2. Pouco se me dá, e ao processo, como se vê, se os ex funcionários denunciantes foram demitidos por desvios. Isso não descredencia a acusação. Só os fatos poderão fazê-la.

3. Não há tendenciosidade coisíssima alguma na postagem. Fiz questão de datar o ingresso de cada denunciado, a partir do diretor geral e é claro que eles continuam. Lendo a postagem com calma isso pode sr atestado.

4. Desconheço os comentários ou a existência de denúncia formal acerca da passagem do prof. Acácio Centeno no DAVES. Aliás, qualquer um, inclusive vc, poderá fazê-la ao MPF.
A propósito, semanas atrás, o procurador-chefe do MPF, José Agusto Potiguar, entregou os reitor Fiúza um calhamaço de processos investigatórios que apontaram a inexistência de fundamento contra o reitor.


5. Quanto aos demais ivestigados, segundo a matéria, são notórios e indesmentíveis os comentários que fiz.

6. Sem esse papo furadésimo de Geni.

Anônimo disse...

E o que fez o atual reitor para freiar as ações deste bando?

Unknown disse...

Esse é um choro diferente, por isso publico e pergunto: pergunte ao atual diretor geral da Fadesp, ou ao anterior, se o reitor se mete por lá.
Faça melhor: pergunte ao reitor eleito, Carlos Maneschy, se Fiúza se meteu na administração dele?
Sua pergunta demonstra que vc não sabe o que uma fundação de amparo a pesquisa e uma universidade ao lado dela.
E se sabe...

Anônimo disse...

Uai, se o reitor não se mete porque indica o Diretor Executivo?
Não me parece razoavel. E tem mais, em todos os convênios da Fadesp, esta figura como proponente e a UFPA como interveniente, por isso mesmo todos os convenios passam pela Procuradoria Juridica da UFPA, antes de receber a assinatura do reitor.

Anônimo disse...

Caro blogueiro.
Poderias informar se José Augusto Potiguar, não foi ou ainda é, conselheiro da UFPa?

Unknown disse...

Das 12:29:

1. O reitor indica o presidente da Fadesp porque assim está em seu regimento.

2. Não é verdade que em todos os convênios da Fadesp esta figura como proponente e a UFPA como interveniente. E exatamente o contrário. E a Fadesp também realiza convênios sem a participação da UFA também.

3. Vc não perguntou mas eu adianto: a UFPA acompanha objetos e prazos dos convênios onde as duas estão presentes,mas não a operacionalização dos mesmos.

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Dass 5:10, não sei lhe informar se o procurador Potiguar já foi membro do Conselho. Parece-me que sim. Mas não é atualmente.

Anônimo disse...

Juca, estranho é imaginar que a Ana Célia Pinheiro não sabia pra que foi contratada pelo Liberal. Ela passou dois anos metendo o pau nos maiorana no Diário do Pará, onde tb deve ter tido muitos textos alterados ao gosto do patrão e de repente é contratada pelos maiorana e sabe o motivo? Ela pode ser tudo menos ingênua. Foi contratada por um preço muito acima dos profissionais da Delta Publicidade, tinha regalias que nenhum deles, como ir e voltar do trabalho no carro do jornal, não batia ponto e outros ques. Acho que os dois lados se merecem. Um exemplo, em quase todas as suas matérias ela "entrevistava" um ou dois promotores que preferiam não se identificar. Ora isso não é estranho? promotor que não se identifica não tem a mínima credibilidade, afinal, o MP é a insttiuição fiscalizadora do poder público, se o seu membro se esconde é porque não esta exercendo seu papel.
Abs. Juvêncio.

Unknown disse...

Podem e devem investigar tudo.
Inclusive as denúncias da cabroeira ordinária.
Para isso é preciso fazê-las no lugar certo: a PF ou o MPF.

Ana Célia Pinheiro disse...

Ao anônimo das 9h19m:


Como diria uma amiga minha, o “peor” dessa “catiguria” é tentar arrastar todos os colegas para as mesmas condições precárias em que trabalha, ao invés de procurar é melhorar de vida.


Mas, ter essa segunda atitude custa muito, né “mermo”? Porque, em primeiro lugar, é preciso ter respeito próprio. E suar a camisa fazendo o trabalho o melhor possível – e não, simplesmente, “para constar”.


Não tenho regalias, privilégios ou coisas semelhantes: tenho, sim, conquistas profissionais.


Quando chego numa empresa, negocio o salário e as condições de trabalho. E se a pessoa não quiser, tem quem queira, ora!


Já até lavei prato em cozinha de restaurante de bacana para sobreviver.


Tive minha filha mais nova, só eu e Deus, num país estranho.


Por isso, parto do princípio que, na minha terra, não morro de fome.


Então, se o sujeito chega e me oferece R$ 700,00, ou R$ 1.500,00 ou R$ 2.000,00 por mês eu digo pra ele: muito obrigada, mano, mas, ganho mais é vendendo cachorro-quente ou batendo açaí...


Mas, como a maioria dos “coleguinhas” aceita isso, negociar melhores salários vai se tornando cada vez mais complicado...


Agora, maninho, nunca negociei essa coisa de “ir e voltar pra casa” no carro da empresa. Mas, já que você me lembrou, no próximo emprego vou acrescentar essa “regalia” à pauta de negociações...


Penso que o meu salário e as minhas condições de trabalho só dizem respeito a mim e as empresas.


E se alguém quiser, um dia, conquistar tais condições, também, não é na base da futrica que vai conseguir isso: é se respeitando e suando a camisa para fazer da sua matéria a melhor matéria possível sobre esse ou aquele assunto.


Não preciso de ponto para controlar meu trabalho: sou profissional e zelo pelo meu nome, porque é a única coisa que tenho no mundo.


Para mim não tem sábado, domingo, feriado, dia, noite, madrugada: tenho um trabalho a fazer e vou fazê-lo o melhor possível – e nunca vi quem reclamasse de uma reportagem que entreguei; nunca ouvi alguém dizer: isso é trabalho de preguiçoso, tens de refazer!


Naquele dia da enchente de Altamira, se quisesse, poderia ter ficado pelo “rame-rame”. Afinal era um domingo, tinha outra pauta e estava praticamente sozinha.


Mas, o que fiz? Liguei para a Defesa Civil, para os Bombeiros, tentei falar com os veículos de Comunicação de lá; falei até com o coordenador do Serviço de Meteorologia, que estava na casa dele, naquele domingo, vendo um jogo de futebol e deve ter ficado “pretérito” comigo – mas, mesmo assim, me atendeu.


Pulei de telefone em telefone, na redação, para conseguir falar com as pessoas lá em Altamira, em condições dificílimas, porque a comunicação pra lá é péssima.


E quando, por volta das 19 horas, já estava escrevendo a matéria, ainda dei uma parada, para dar mais uma rodada de telefonemas, para não ser “furada” em alguma coisa.


E você sabe quantas vezes alguém teve de me mandar fazer tudo isso? Nenhuma, maninho. Bastou me entregarem a pauta.


Também, maninho, não me prendo às pautas da chefia de reportagem: “cavo”, sugiro matérias, quase sempre exclusivas.


Não tenho lá grande talento: tenho é cuidado na confecção do meu trabalho, porque, como já disse, só tenho de meu a porcaria deste nome.


E se você também agisse assim, talvez que não precisasse ficar por aí se lamentando, de blog em blog, em relação aos salários e condições de trabalho alheias: talvez que já tivesse conquistado isso, também.


Quanto aos promotores que “falam”, anonimamente, nas minhas matérias, eles existem, sim, mano. E não só eles: conselheiros de cortes de contas, agentes federais, gente do Judiciário, políticos, sindicalistas e por aí vai.


E, como já disse uma vez, não tenho “culpa” se essas pessoas falam comigo; se me dão informações que não dão a outros repórteres.


Tenho uma relação de confiança com as minhas fontes. O que também não é nenhum “privilégio”, mano: é, também, uma conquista, justamente porque as preservo.


Pegue cada uma das minhas matérias investigativas – e eu já fiz um bocado delas – e veja se todas não acabaram se confirmando, inclusive quanto às declarações dessas fontes.


E eu só posso é agradecer a Deus e a essas pessoas por confiarem em mim e me permitirem dar tantos “furos” de reportagem.




FUUUIIIIII!!!!!!



Ana Célia Pinheiro

Anônimo disse...

Muito bem Ana Célia!

Vou logo adiantando que não te conheço, mas conheço teu blog. E sempre o leio para ficar mais informado sobre o que os jornalecos daqui não informam. E penso que esse(a) jornalista deve ser algum(a) que trabalha de sol a sol e não vê o seu trabalho render por pura falta de talento, coisa que pra jornalista é mais obrigatório do que ter diploma comprado em 48 prestações. Vê-se o bom e velho Juvêncio, que se diz "não ser jornalista" mas atua e age e trabalha como um excelente espécie. Continue assim, sabendo negociar salário, jornada de trabalho e direitos básicos, que os incompetentes chamam de regalias. E além de tudo, sendo uma boa repórter.

Alessandro de Melo

Unknown disse...

Não foi publicado ontem nem será publicado hoje. Resolva seus problemas pessoais com a Ana Célia aí na redação da pocilga.

Unknown disse...

Trimmmm....Trimmmm

- Alô.

- Bom dia, É da cabroeira ?

- É sim.

- Tem sigilo se espatifando por aí?

- (gulp!)....

- Pim pim pim pim pim

Ahahahaha