17.4.09

O Que Dizem os Coleguinhas

O Portal Comunique-se repercute a decisão da desembargadora Eliana Abufaiad que proibiu a exibição de imagens de cadáveres nos cadernos Sangue das pocilgas paroaras.
Leia aqui.
Mas veja o quanto é interessante, qualificado e assinado o debate que segue a matéria do Portal.

(Pauta enviada por Sandra Garcia, de São Paulo)

29 comentários:

Alessandra disse...

Não resisto ao trocadilho sem criatividade; "jornais paraenses pagam caro por jornalismo barato".

Anônimo disse...

Juca, lamentável é a posição do blog "Espaço Aberto" que chama a decisão de censura, usando o velhaco argumento do "compra quem quer".É nessas horas que vemos quem é quem...

Unknown disse...

rsrs...é barato mas saiu caro...eheh

Anônimo disse...

Está de parabéns a Justiça do Pará. De parabéns! Uma decisão correta, lúcida e sensata. A exposição de fotos tétricas, além de ser um atentado à dignidade das vítimas, banaliza a violência da qual precisamos nos libertar urgentemente. O leitor precisa REALMENTE ver fotos de cadáveres mutilados, corpos ensanguentados, via de regra sempre de pessoas pobres? Penso que não. Tenho certeza de que não.
Os urubus que se queixam da proibição falam em "mordaça", "censura" e outras bobagens que não têm nada a ver. Mas o que eles querem mesmo é que a sociedade siga se acostumando a essa carnificina diária. Chega! Precisamos de novos valores, de uma cultura de paz efetivamente verdadeira e não de mais estímulo à criminalidade. Esse tipo de jornalismo é especialmente nocivo aos mais jovens, que ainda estão na fase de formação da personalidade e de definição dos parâmetros e referenciais que irão nortear suas vidas. Que tipo de geração a imprensa paraense pretende formar?

Unknown disse...

O argumento do jornalista Paulo Bemrguy apenas impede de dar a nunace que a questão da censura exige.
Do ponto de vista de quem concorda com Bemerguy, como o também muy considerado Hiroshi Bogéa, o meu argumento - e o da desembargadora Abufaid - seria velhaco.
Relembro que numa das primeiras postagens sobre os cadáeres exibidos, no ano passado, sugeri que o MP estabelecessse um TAC com os jornalões, e apanhei que nem boi fujão.
Pergunto: não teria sido melhor?
Agora, que a Inês é morta, prefiro aproveitar a raríssima oportunidade em que as nuances estão apresentadas em dois casos, o do blog e o dos jornais, para debater tão importante questão sem esperar que as duas ações transitem em julgado em Brasília, onde fatalmente chegarão. Ambas.
E sob muitos holofotes, pode ter certeza.

Anônimo disse...

É claro que os jornalistas que defendem a saguinolência o fazem para defender as empresas onde trabalham. Eles não pensam assim. Aí apelam para o argumento da censura, que nada tem a ver com a motivação da ação e nem com a decisão da justiça. Melhor seria se ficassem calados. Até porque Barbalho e Maiorana não vão se comover e aumentar salários.

Anônimo disse...

Realmente absurda a colocação do blog Espaço Aberto. Dizer que o cidadão que busca notícias de fato deve se privar de comprar o jornal que possui inúmeros cadernos porque nao concorda com as fotos de cadáveres é no mínimo contra a liberdade de escolha. Queremos notícias e texto bem escritos. Não queremos sensacionalismo e fotos de livros acadêmicos de medicina.

Anônimo disse...

Eu fazia outra ideia do Paulo Bemerguy. Que decepção...

Cássio de Andrade disse...

"Luto pelo morte de "Raimundinho"
O Sindicalista Raimundo Nonato do Carmo "Raimundinho", ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tucuruí e Conselheiro Estadual do PTP pela região do Lago de Tucuruí, foi executado a tiros quando saia de um supermercado, ontem (16/04/2009).
Segundo informações Raimundo Nonato foi interceptado por dois homens em uma moto dos quais o carona sacou uma arma e efetuou seis disparos contra a vítima.
As Polícias Civil e Militar já atuam no caso, representantes do Governo do Estado já se deslocaram para a região para prestar as últimas homenagens e tomar providências quanto ao fato.
Raimundinho é reconhecido pela sua luta frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais e nos últimos 2 anos fazia parte do Conselho Estadual do PTP, onde foi eleito pelos 217 Conselheiros
(extraído do site www.septp.pa.gov.br)

Estaremos hoje em Tucuruí, Juva, mas bota lenha, pois o latifúndio está nos dando um recado cruel. A morte desse companheiro, não à toa, ocorreu à vésperas de uma data simbólica para o movimento do campo. É o recado dado pela máfia do latifúndio e seus colaboradores, desafiador ao nosso governo, cujo anúncio começou pela Senadora do DEM quando esteve em Belém para pressionar intervenção em nosso Estado. Rojões do atraso e do terror, estouram hoje no Lago... Não vão nos intimidar...

Anônimo disse...

Mestre, o Noticias Populares foi banido do cenario Nacional por extrapolar os direitos das familias dos falecidos. O Mauro Neto, diz que ''É uma pena essa decisão porque não poderemos mostrar realmente o que está acontecendo", disse Mauro Mendonça, chefe de reportagem do O Liberal...e tem como resposta de um colega da Bahia, o seguinte : ''Caro Mauro, o jornalimso nunca deixará de noticiar os fatos por causa da proibição (correta) de imagens de mortos que se assemelham a filmes de terror. Vc gostaria de ver algum parente seu vítima de acidente ou assssinato estampado na capa do seu jornal? Acho que não. Então, é por aí. Mais respeito aos mortos, às famílias dos mortos e ao leitor. Corretíssima a decisão''.
Vs ver o que ele fala sobe isso...Agora Mestre, um caderno de esportes sem as imagens da partida aí eu concordo com o Mauro, mais caderno policial, tsc tsc tsc...1 abraço do Mediador de Emoçao,

Unknown disse...

Med, vamos ver o que a mãe do grande Mauro ( eu não sabisa que ele era mendonça!!!) Neto vai dizer pra ele. E ele dirá pra nos. Geralmente ela é boa conselheira, embora não tenha ensinado o filho a pagar as geladas que promete.
Abs, Med.

Anônimo disse...

o interessante é que quando publicam fotos de alguns figuroes (vivos),por sinal muito vivos algemados nos jornais é uma grita só.já vi fotos de dezenas de garotos nus algemados pelo pé uns aos outros em revistas feitas nas seccionais e ninguém manifesta revota.Me diz juca com toda tua experiencia jornalística já viste alguma foto de rico retalhado em algum jornal local?dou os parabéns a combalida justica do nosso estado.Marcelo Gil Castelo Branco

Anônimo disse...

No tempo da ditadura todos protestavam porque havia censura, agora todos estão a bater palmas por esta norma que está vigorando em nosso Estado. Não sei quem esta certo se eram os militares ou o pessoal que defende a plena democracia. O Deputado Ulisses Guimarães a esta hora esta querendo sair do fundo da terra para fazer visagens a todos que defendem a censura. Lutamos tanto para temos e quando temos alguns acham que não devemos ter. É o fim da picada.

Anônimo disse...

Eu sou contra a exposição de fotos de cadáveres. Discordo do Espaço Aberto, quando diz “E quem não concordar com esses jornais? Que não os compre. E quem não gostar de ver as fotografias de corpos expostos em jornais? Que não compre os jornais”. Infelizmente, não se trata apenas de comprar ou não o jornal, como todos sabem, esses cadernos são expostos nas ruas, nas bancas de revistas e nas mãos dos vendedores de jornais, que gritam e mostram a todos, crianças, jovens, adultos, idosos, os horrores estampados nos mesmo, ficando quase impossível ignorá-los.
Os personagens que ilustram os jornais, criminosos e vítimas, seja em que circunstância for, devem ter a sua última imagem preservada, não merecem ser expostos como em um açougue, ensangüentados, com membros soltos e etc.
Acho perfeitamente possível escrever uma matéria no caderno polícia e ter uma boa foto, sem precisar recorrer a esses tipos de absurdos. Como jornalista, eu teria vergonha de assinar uma matéria que estampasse tais fotos e não teria estômago para orientar o fotógrafo de qual o melhor ângulo, pois foge a minha ética.

JOSE MARIA disse...

Meu caro Juvêncio.

Melhor teria sido a autorregulação pelos próprios jornais.
Não foi possível, pelos motivos que todos sabemos.
Veio a heterocomposição do conflito, via Estado-juiz.
Como ainda cabe recurso, quem sabe o tema não chega na Suprema Corte. E se lá chegar, o debate vai ser sobre o conflito entre dois direitos garantidos pela Constituição da República: o do jornal informar e o dos seres humanos vítimas de crime serem respeitados como tais.
Certo fica desde logo que o direito dos jornais tem limites: eles terminam onde começam os direitos dos outros.
E os dois maiores jornais de Belém claramente avançaram além dos limites de seus próprios direitos e invadiram direitos alheios.
O caso mais grave foi das jovens carbonizadas, mas outros menos graves ocorriam todos os dias.

Unknown disse...

Concordo com vc, caríssimo.
Mas, como que vc bem alude, trata-se de uma hipótese heróica, como chamamos na Economia.
Aguardemos o desfecho do caso que, no mínimo - e isso já acontece na caixinha de comentários da postagem do Comunique-se - exibe uma verdadeira face dos jornais paroaras para o Brasil.
E outra, esta da ANJ, ao defender os associados sem observar a "particularidade regional dos leitores", defendida pelo chefe de reportagem do IVCezal.
Claro que ambas as faces já fartamente demonstradas em tantas outras oportunidades, não só nos cadernos Sangue.
Confesso-lhe que as imagens daquele elemento que foi esquartejado, com exposição da massa encefálica, estourou meus miolos.

Vladimir Cunha disse...

Exatamente contra que censura protestam os jornais e seus chefes de redação?

Quem já trabalhou em qualquer redação de Belém sabe que já faz bastante tempo que não existe o que se pode chamar de liberdade de imprensa no Pará.

Tanto de um lado quanto de outro o que vemos são veículos de comunicação comprometidos com interesses políticos e financeiros, que distorcem ou ocultam a verdade de acordo com suas conveniências, como mostrado na série de reportagens que o jornalista Lúcio Flávio Pinto faz há alguns anos eu seu Jornal Pessoal, por exemplo.

Quantos escândalos políticos e financeiros já não foram censurados pelos donos dos jornais? Quantos fatos de alta relevância social para o povo paraense já não foram suprimidos ou minimizados na auto-censura das redações? Porque os editores e chefes de redação não vem a público protestar contra isso também?

Porque não interessa para ninguém que o Pará tenha uma imprensa realmente livre e atuante.

Se os jornais realmente estão interessados em "mostrar o que acontece", porque não publicar matérias bem apuradas e consistentes sobre a violência nos bairros mais pobres de Belém? Porque não colocar seus jornalistas, articulistas e colunistas a serviço do debate, mobilizando a sociedade a refletir sobre o tema?

É o caso de se perguntar a quem interessa esse jornalismo sensacionalista e mal-apurado, que expõe famílias e cidadãos à humilhação e ao constrangimento públicos mostrando cérebros estraçalhados, corpos eviscerados e membros mutilados.

Porque defender a troca da informação pelo espetáculo sensacionalista, onde a foto ocupa até mais espaço do que o texto?

Se a grita é contra a "censura" então é bom começarmos a levar a discussão a sério. Por enquanto, quem comanda as redações parece pedir por democracia somente quando lhe interessa.

Anônimo disse...

A proibição da garantia Constitucional da liberdade de expressão é inconstitucional, portanto, isso é conversa prá boi dormir. Vou me deitar que o meu mal é sono.

Unknown disse...

Deite-e, das 1:58, que esse mal tem cura.

Unknown disse...

Wladimir, pergunta complicada de ser respondida.
Abs pra vc.

Anônimo disse...

Wladimir, de acordo com a sabedoria popular "uma foto diz mais do que mil palavras" e é o retrato fiel da sociedade. Os textos podem omitir ou inverter ou qualquer outra conveniência que se queira aplicar à cena. É por isso que as imagens ocupam mais espaço do que os textos, com a justiça jornalística da precisão da informação

Anônimo disse...

Juca, não há de ser nada. O melhor agora é que teremos mais bundas bonitas e menos sangue na capa do Amazônia. Isso já é uma boa notícia por si só.

Anônimo disse...

Juca: Com o seu prestigio junto a COSANPA não dá para vc mandar agua para a minha casa. Agora que a mesma está nadando no dinheiro e é administrada pelos Jaderistas ascoisas ficaram piores. Moro no bairro do Marco e são 08:25 hs e nda de agua! Liguei para o 0800 da COSANPA e ninguem atende. A prestesa que este pessoal tem em não fazer licitação para as suas jogadas deveria ser a mesma em relação ao fornecimento deste precioso liquido a população.

Unknown disse...

Meu prestígio junto à COSANPA?
Nunca soube disso...mas vamos testá-lo.Mande seu nome, endereço e telefone aqui para o blog.

Anônimo disse...

A censura, qualquer censura, é uma perversão.
A censura é uma tentativa de disseminar a noção de que o Estado, em suas diversas manifestações, detém o poder incontrastável de regular a vida social por meio da restrição – ou da constrição – a direitos que assistem a toda a coletividade.
A censura, qualquer censura, é um desvirtuamento de qualquer preceito, de qualquer princípio que envolva a garantia das liberdades naquilo que se diz ser um Estado Democrático de Direito.
A juíza Teresinha Nunes Moura, da 3ª Vara Cível da Capital, em decisão interlocutória no âmbito de ação por danos morais que lhe foi distribuída para julgar, determinou que o blog Quinta Emenda, de Juvêncio de Arruda, suprima expressões contidas em diversas. Com a supressão das expressões que a decisão menciona, as postagens que as continham tiveram, evidentemente, de ser suprimidas do blog.
O que fazer diante da decisão de Sua Excelência?
Cumpri-la. O blog cumpriu-a imediatamente, suprimindo as postagens indicadas na decisão provisória da magistrada.
E aí?
E aí que sentenças e decisões judiciais, quaisquer que sejam, devem ser cumpridas, mas devem ser discutidas.
Vamos acabar com essa conversa fiada de que decisões judiciais não devem ser apenas cumpridas, mas não discutidas.
Quem foi que disse isso?
Em que manual – de Direito ou não – está escrito isso?
Que manual – de Direito ou não – contém uma hediondez dessas?
Decisões e sentenças são recorríveis.
Todas o são.
E o que é o recurso senão a discussão de uma decisão ou de sentença que se pretende reformar?
O que é o recurso senão a manifesta irresignação da parte contrariada?
Assentemos como uma balela, portanto, essa noção errônea, graciosa de que ninguém deve discutir decisões judiciais.
E porque devemos discutir decisões judiciais e sobre elas formar os nossos juízos é que advogamos o direito de considerar que essa decisão de Sua Excelência, a juíza Teresinha Nunes Moura, é deplorável, é uma perversão e consiste num desvirtuamento, segundo os conceitos já emitidos no início desta postagem.
Sua Excelência é magistrada. Sua atribuição é de emitir juízos.
Pois nós podemos, sim, emitir juízos sobre juízos como os que a magistrada expendeu em sua decisão.
Sua Excelência entende, provavelmente, que a censura é uma forma de proteger o justo anseio da parte que se sente atingida pelas postagens censuradas.
Mas não é.
A censura não protegerá a honra de ninguém.
A proteção à honra de qualquer pessoa está, primeiramente, na certeza de que o ordenamento jurídico lhe permite meios amplos para se defender de quaisquer gravames que considerar ofensivos à sua honra.
E mais do que isso, a proteção à honra será sempre uma expectativa, será sempre uma previsão, até o provimento definitivo da demanda com que se ingressou em juízo para garantir a reparação por danos morais supostamente infligidos contra qualquer pessoa.
No caso específico da ação movida contra o blog Quinta Emenda, essas duas garantias estão expressas, definidas, claramente identificáveis.
Primeiro, porque o ordenamento jurídico garantiu às partes que se sentem ofendidas o pleno direito de manejar os instrumentos adequados para pedir a reparação por danos morais. E tanto é assim que a ação foi proposta.
Segundo, porque o ajuizamento da ação tem como consequência a expectativa, a previsão de um julgamento definitivo, que será favorável ou não às pretensões da parte que ajuizou a ação.
Se for favorável, o Estado fez sua parte, garantindo a reparação pleiteada.
Se não for favorável, mesmo assim prevaleceram intactas e plenas todas as garantias possíveis, porque a parte que ajuizou a ação desfrutou de todos os meios possíveis para buscar o provimento judicial que pretendia.
Isso se chama Estado Democrático de Direito, sobre o qual tanto se fala, mas que aqui e ali enseja certas confusões.
O Estado Democrático de Direito serve tanto para que exija respeito à presunção de inocência de qualquer acusado como serve para que não se confunda o direito de impor limites à discussão sobre temas de interesse público.
Todavia, se nessa discussão há um suposto excesso nas críticas, então que os atingidos busquem, livre e legitimamente, os meios legais disponíveis para defender sua honra.
Não se discute aqui, portanto, o direito de qualquer pessoa buscar reparações à sua honra. Todos têm o direito de fazer isso.
O que se discute aqui é a censura como instrumento que, paralelamente a uma ação como a de danos morais, tenta satisfazer pretensões de reparação que, ao final, podem nem ser satisfeitas.
O que se discute aqui é a censura, e não o direito de buscar reparações.
E a censura, vocês sabem, é uma perversão.
É um desvirtuamento.
A censura é deplorável, portanto.
Inclusive e sobretudo quando imposta por decisões igualmente deploráveis como essa de Sua Excelência a juíza Teresinha Moura.
Postado por Poster às 4/17/2009 02:40:00 AM 0 comentários
Jornais sob censura. Chamem Suas Excelência. Juca achu esta materia do espaço aberto espetacular e que mostra que toda censura é censur, não existindo censura boa ou má. censura é censura.

Unknown disse...

Grão Mestre das Chefias de Produção, obrigado por seu compreciemeto, sempre um prazer para o Quinta e seus leitores.
Subirá o Mauro de Mendonça Neto à ribalta logo mais. Ou amanhã, que é mais bombada a adudiência por aqui.
Dê um carinhoso abraço na querida conselheira e reafirmo que agenda está sempre aberta para uma vaguinha na sua, sempre lotada.
Abs

Anônimo disse...

Juva: A estas horas ainda não tem agua, será que moramos no saara? Que tal fazermos um manifesto para acabar com esta safadeza da COSANPA? Olhe que a nossa Ana (aquela dos kits) prometeu que ia endireitar esta empresa por ocasião da campanha politica!

MAURO MENDONÇA, QUE TAMBÉM É NETO disse...

Meu caro Juvêncio, grão-vizir dos blogueiros e afins, resolvi me manifestar aqui por ter sido citado nominalmente e - pior - por minha melínflua e afável mãe, dona Maria Emília, primeira e única líder da dinastia pratinhense, ter entrado na história. Deixo bem claro, que falo aqui como leitor de seu blog e cidadão, nunca como um porta-voz do jornal O LIBERAL, deixo isso para o advogado Jorge Borba e para nosso diretor de Relações Públicas, Edson Salame. Quanto a questão das fotos sanguinolentas, tétricas, sem senso, arrasadoras de moral e todos outros adjetivos que seus comentaristas adoram citar, elas são - de fato - fortes, mas necessárias: mostram o mundo cão que se tornou a capital paraense (nem quero falar no hinterland, como meu guru Jacy Duarte chamava o interiozão do Pará no seu saudoso Regatão). Agora gostaria que vossa excelência me cedesse um espaçozinho aqui nos seus comentários para algumas explicações pessoais que eu tenho sobre o tema. Vamos a elas.

1) Quando me refiro à censura prévia, entendo, enquanto cidadão, que estamos falando da exceção que se abre com a decisão da magistrada Abulfaiad. Já vi esse filme: primeiro não podemos mostrar cadáveres. Depois, com a jurisprudência criada, vão dizer que não podemos mais mostrar a careta dos pilantras que saqueiam a nação; dos deputados que não trabalham e recebem, isso quando não avançam sobre tíquetes de alimentação de seu funcionários; dos assessores contratados que ganham 40 mil por mês para fazer serviço que concursados poderiam fazer sem problema; dos vereadores e vereadoras que contratam empregadas domésticas pagas com dinheiro público só para se locupletarem, isso só para mostrar alguns parcos exemplos. As ditaduras começam assim. Já não bastasse o tal pacto republicano, que oprime as fontes com a perda do emprego (isso sim humilhante e sem senso). Já vi esse filme e sei como acaba: não tem happy end, não!

2) Para quem gerencia o caos da segurança pública no Pará, a decisão da magistrada cai como uma luva, melhor dizendo, como uma espécie de embassador de espelho. A sociedade fica míope, enxerga vultos, mas não ver o contexto. Pior para sociedade, melhor para autoridades. Afinal, o jornal mostra o que a sociedade paraense se tornou hoje. Para os que querem imputar ao jornal a violência que ele simplesmente retrata é necessário explicar que um jornal é formado por editorias e assuntos determinados: ninguém é obrigado a folhear as páginas policiais. Deixem-nas para quem as queiram ler e olha que não são poucos. Para os que dizem "ter bom senso" e que as páginas policiais são de "mau senso" ainda restam o primeiro caderno, o caderno de cultura e o de economia e política e diversas colunas nos mais variados estilos. Como diz minha experiente mãe: "Só quem come vômito é cachorro, sofre quem quer". Se os cidadãos de "bom senso" continuam lendo as páginas de "mau senso" que tanto lhes fazem mal ou é porque gostam de sangue e escondem (teoria da opinião e atitude diferentes da escola alemã de comunicação explica isso) ou porque amam sofrer deliberadamente (aí, só Sade explica). Daí a querer que ninguém leia o que eu não gosto de ler é um absurdo, parece mesmo medieval, bem medieval, coisa de quem tem "pouco senso", seja ele bom ou mau.

3) Alguns dos comentários desta página querem imputar aos jornais a responsabilidade de educação popular - que segundo constituição é obrigação do Estado e da família - aos meios de comunicação, que não são em hipótese alguma instituições governamentais e sim empresas privadas. Quem cria cidadãos poucos críticos são as escolas mal equipadas, os professores mal pagos, os kits escolares fajutos e mal explicados, as verbas do Fundeb e da merenda escolar que vão parar na Suíça e por aí vai.

4) Embora respeite cada opinião aqui publicada, como manda a regra democrática, há muito de falso moralismo embutido nelas e sei que poucos vão aceitar com a mesma cordialidade que me é peculiar as minhas opiniões aqui expostas. Até porque sei que alguns deles são fãs de carteirinhas das páginas policiais, embora nunca admitam isso publicamente. Mas quem sou eu, um reles pratinhense, para julgar. Mas como me ensinou dona Maria Emília, minha inexorável mãe: cada macaco no seu galho, meu filho. E o meu galho é bem longe dos que preferem não ver que a culpa não é do jornal A ou B, mas de quem transformou nossa sociadade nessa carnificina sem fim. Também vai minha crítica, construtiva, para os que se encastelam atrás de teorias fajutas e sem comprovação de segurança pública e se protegem atrás de seus blindados, sejam apartamentos ou carros, e ignoram que existe vida além de seus ar-condicionados.

5) Só para concluir na prática o que disse na retórica: enquanto escrevo estas mal traçadas linhas me chegam dois jovens repórteres e me confirmam que até o meio-dia de hoje, domingo, dia 19 de abril, aconteceram - somente na Região Metropolitana de Belém - dez homicídios, que somados aos quatro de ontem totalizam 14 mortes. Uma morte a cada uma hora e meia. Se alguém quiser assinar embaixo e jogar este tipo de matança para baixo do tapete da história, não conte comigo. Como já sou conhecido como um dos mais chatos e "sem senso" chefes de reportagem da história paraense, prefiro valorizar este título, do que silenciar, seja por texto ou fotograficante, diante da incompetência dos sistemas de segurança e educação pública do Pará.

Unknown disse...

Mauro, obrigado por sua atenção aos comentaristas do blog. Infelizmente não há condições técnicas de "esquartejar" seu comentário abaixo do correspondente.
Abs